PANDEMIA - Orientação da Internacional da Educação para reabertura de escolas e instituições educacionais
Com as escolas e as instituições de ensino fechadas na maioria dos países, há questões críticas a serem consideradas pelos governos quando começarem gradualmente a reabrir instituições de educação infantil, escolas e estabelecimentos de ensino superior. É imperativo que os governos informem de maneira transparente e contínua os planos de reabertura da educação local e o quanto estão seguindo os conselhos dos especialistas em saúde. O diálogo social e político contínuo com os educadores e seus sindicatos é o pilar fundamental para qualquer estratégia educacional bem-sucedida.
1. Participar do diálogo social e político
As autoridades públicas devem participar do diálogo social e
político contínuo com os educadores e seus sindicatos e organizações de
representação para analisar as necessidades e seguir as medidas de saúde e
segurança para os alunos e os funcionários, bem como a infraestrutura e os
recursos para a transição de retorno ao ensino e aprendizado locais. Está sendo
considerada a carga de trabalho adicional derivada da exigência paralela de
ensino on-line e presencial durante a reabertura gradual das escolas. Os
direitos trabalhistas dos trabalhadores em educação e da equipe de apoio
educacional devem ser respeitados e devem ser mantidas condições de trabalho
dignas.
2. Garantir a saúde e a segurança das comunidades
educacionais
Deve haver consenso e clareza sobre as medidas de higiene
necessárias para manter crianças, alunos e funcionários seguros e saudáveis,
bem como sobre as medidas de prevenção para conter a disseminação do vírus.
Todas as escolas e instituições de ensino devem estar preparadas para garantir
e manter práticas de higiene e limpeza aprimoradas e toda a equipe deve estar
instruída e treinada para seguir as novas orientações. Os trabalhadores em
educação devem ter acesso garantido aos equipamentos de proteção individual
sempre que necessário. Além disso, deve ser garantido pelas autoridades
públicas as verbas e funcionários adicionais para garantir as exigências de
saúde e segurança.
Além disso, deve ser levada em consideração a situação dos alunos
e funcionários vulneráveis e do grupo de risco e suas famílias.
3. Fazer da igualdade a prioridade máxima
A igualdade deve estar à frente e no centro de todos os
planos de transição, reconhecendo que o impacto da pandemia não é igual e que
os alunos e os trabalhadores em educação em situação de vulnerabilidade já
devem estar sendo e talvez continuem a ser os mais afetados.
Deve ser implementada uma estrutura de apoio para todos os
alunos e funcionários vulneráveis, para aqueles que estão enfrentando maiores
dificuldades e para os alunos que não têm condições de acessar os estudos
on-line ou em casa. Deve ser desenvolvida uma estratégia para lidar com
possíveis aumentos nas taxas de abandono escolar, com atenção especial para
meninas e mulheres e para o risco de trabalho infantil.
4. Apoiar o bem-estar físico e emocional e a recuperação
Devem ser implementados sistemas de apoio ao bem-estar e à
saúde mental das crianças, alunos e profissionais de ensino, inclusive com
suporte psicossocial dedicado e aconselhamento.
Além do estresse e da ansiedade causados por esta pandemia,
muitas crianças, alunos e profissionais de ensino terão ainda de lidar com a
dificuldade em voltar à escola e em adaptar-se às novas rotinas, bem como em
lidar com as restrições de interação social. Deve ser disponibilizado apoio
dedicado aos que tiverem vivenciado luto, abuso, violência ou qualquer outro
trauma emocional.
5. Confiar no profissionalismo dos educadores
As autoridades educacionais devem trabalhar em conjunto com
os educadores e seus sindicatos para determinar e analisar o impacto causado
pelo fechamento das escolas no ensino, no aprendizado e no bem-estar dos
alunos. Toda a estrutura desenvolvida para o retorno da educação aos seus
locais deve ter por base a confiança no profissionalismo e na prática
pedagógica da força de trabalho do setor de educação. A clareza em quaisquer
requisitos de avaliação deve ser alcançada por meio do diálogo com educadores e
seus sindicatos a fim de garantir tratamento justo e igualitário a todos os
alunos e a autonomia profissional contínua dos educadores.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) destacou seis condições
que devem ser atendidas para que os governos comecem a suspender as atuais
restrições de distanciamento social e físico relacionadas à disseminação da
COVID-19:
1. A transmissão da doença deve estar sob controle.
2. Os sistemas de saúde devem ter condições de “detectar,
testar, isolar e tratar todos os casos e rastrear todo contato”.
3. Os riscos em pontos críticos devem estar reduzidos em
locais vulneráveis, como em casas de repouso para idosos.
4. Escolas, locais de trabalho e demais locais essenciais
devem ter estabelecido medidas de prevenção.
5. O risco de importação de novos casos “precisa ser
gerenciado”.
6. As comunidades devem estar totalmente instruídas,
envolvidas e comprometidas em viver segundo as novas condições de normalidade.
Fonte: https://www.cnte.org.br/
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