CNTE suspende atos públicos do 18 de março, mas mantém greve com paralisação das atividades escolares e grande mobilização virtual
Em razão da pandemia do COVID-19 em
nível planetário e do registro crescente de casos de contaminação pelo
coronavírus em território nacional, a CNTE, unida na luta pelo bem-estar de
nossa sociedade, anuncia a suspensão dos atos públicos agendados para o dia 18
de março, quando será realizada a Greve Geral da Educação e em Defesa dos
Serviços Públicos.
Apesar de suspender as atividades de
rua no próximo dia 18, a CNTE orienta seus sindicatos filiados, os/as
trabalhadores/as em educação, estudantes, pais e mães, além de toda a sociedade
brasileira, a se unirem numa grande MOBILIZAÇÃO VIRTUAL contra as desmedidas do
atual governo, que atentam contra o patrimônio e os serviços públicos do
Brasil, entre os quais, a educação pública.
Os sucessivos cortes nos orçamentos
das universidades e institutos federais, na pesquisa acadêmica, na saúde e
assistência social comprometem a qualidade de vida da população, negam o futuro
promissor às novas gerações e colocam o país em situação de insegurança
generalizada em diversas áreas, inclusive para combater epidemias e pandemias
como as que estamos a presenciar neste momento.
Outra questão bastante grave é a
entrega das empresas públicas estratégicas e as riquezas naturais de nosso país
ao capital estrangeiro e nacional, colocando em risco a segurança energética e
a soberania da Nação. O Pré-sal, maior descoberta de petróleo e gás dos últimos
tempos, em todo o planeta, e que tem previsão legal para financiar a educação e
outras políticas públicas, está ameaçado pela sanha privatista do governo
federal. E os recursos oriundos dessa fonte finita de energia fóssil poderão
não mais financiar a educação, caso a PEC 187/2019, que prevê o fim dos fundos
públicos, seja aprovada em definitivo pelo Congresso.
O Fundo da Educação Básica (FUNDEB),
que tem validade até 31.12.2020 e que é responsável por 63% de todo o
investimento nas escolas públicas brasileiras, precisa de mais verbas,
especialmente oriundas do Pré-sal. Porém, ao invés de alocar mais dinheiro no
FUNDEB, o governo Bolsonaro propõe incluir na PEC 15/2015, que trata da
aprovação do Novo FUNDEB com maior complementação da União, os atuais recursos
do Salário-Educação, medida essa que comprometerá o financiamento do transporte
e merenda escolar, do livro didático, da formação continuada dos profissionais
da educação, da construção e reformas de escolas, entre outros programas
complementares ao atendimento escolar.
Ao mesmo tempo em que lutamos por mais
direitos para a sociedade, especialmente à Educação Pública de Qualidade, à
segurança, à moradia, ao emprego digno, à valorização dos salários, a CNTE e
seus sindicatos filiados se solidarizam com o povo brasileiro na luta contra o
COVID-19 e outras doenças endêmicas que afligem nossa população (dengue,
sarampo etc). Também exigimos do governo federal e de todos os governos
subnacionais mais investimentos públicos para combater as mazelas que assolam o
Brasil, como o desemprego e o retorno do país ao mapa da fome. Neste sentido, o
fim do teto dos gastos sociais (EC 95) é medida imprescindível para garantir o
bem-estar e a segurança de nossa população.
Nos dias 26 e 27 de março, o Conselho
Nacional de Entidades da CNTE se reunirá em Brasília para definir novas
mobilizações em defesa da educação, dos serviços públicos e do novo FUNDEB.
Boa luta a todos/as!
Diretoria Executiva da CNTE
Brasília 13 de março de 2020
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