Ao defender demitidos de empresa privada, Marão esquece o que fez com 268 servidores públicos afastados em 2019


Ao tornar público seu empenho para garantir o emprego dos 30 trabalhadores do sistema de transporte, recém-demitidos pelas empresas concessionárias do serviço, o prefeito de Ilhéus comete uma lamentável contradição. O discurso de hoje é um contrassenso ao gesto de ontem.

Quem hoje defende o emprego como uma importante conquista do trabalhador e como instituição mantenedora da sobrevivência da família, é o mesmo que, em janeiro de 2019, decretou um afastamento em massa na Prefeitura de Ilhéus, deixando 268 pais e mães de família, todos com mais de 30 anos de serviço público, sem chão, abandonados e sem direito a absolutamente nada, após dedicarem parte da vida ao serviço público.

Importante salientar: Somos defensores do emprego. Mas de TODOS os empregos. A APPI/APLB, inclusive, assinou a nota de repúdio da CTB contra as demissões dos  trabalhadores da empresa Viametro, concessionária do serviço público de transporte coletivo municipal que promoveu a demissão de 100 trabahadores (as) no dia 24 de março. O que defendemos é que os nossos representantes políticos não usem o critério de dois pesos e duas medidas, priorizando a defesa dos interesses pessoais, em detrimento ao coletivo.

Lamentável que o prefeito Mário Alexandre, neste momento tão delicado da vida de todos os ilheenses, utilize-se do discurso eleitoreiro e esqueça que lá atrás não se comportou como um gestor preocupado com os seus próprios servidores.

A solidariedade de hoje não sensibilizou a atitude de ontem. O prefeito que luta pela segurança e proteção de trabalhadores de empresas privadas, não teve o mínimo receio, nem tampouco nenhum tipo de solidariedade, com servidores que hoje vivem da ajuda sincera do povo de Ilhéus, recebendo cestas básicas mensais que garantem o prato na mesa de sua família.

É como disse o advogado e jurista baiano Rui Barbosa: “Eu não troco a justiça pela soberba. Eu não deixo o direito pela força. Eu não esqueço a fraternidade pela tolerância. Eu não substituo a fé pela superstição, a realidade pelo ídolo”.

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