“Trabalhadores mais pobres vão sofrer”, afirma sindicalista no Dia de Luta em Defesa da Previdência e da Educação
Apesar de a pressão social ter sido
decisiva para retirar do projeto de Reforma da Previdência questões como o
sistema de capitalização, o valor do salário mínimo para o benefício de
assistência social e regras diferenciadas para trabalhadores rurais, magistério
e segurança pública, o que foi aprovado ainda é muito ruim e levará a que a maioria
da população, em especial os mais pobres, não consiga se aposentar e, quem
conseguir, terá que conviver com benefícios bem menores.
A análise é do presidente do Sindicato
dos Bancários de Ilhéus e membro da coordenação local da Central dos Trabalhadores
e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Rodrigo Cardoso. Hoje, como parte do Dia
Nacional de Luta em Defesa da Educação e da Previdência Social, o sindicalista
ministrou palestra na assembleia temática da APPI/APLB.
O encontro aconteceu na sede da
APPI/APLB e reuniu estudantes, professores e trabalhadores em Educação de
Ilhéus. Cardoso destacou ainda que alguns órgãos, como a Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe), asseguram que se as regras para a aposentadoria
que foram aprovadas, já valessem atualmente, um percentual muito grande de
trabalhadores não conseguiria aposentar. “56 por cento dos homens e 74 por
cento das mulheres que se aposentaram com as regras atuais não aposentariam com
as regras agora propostas”, disse.
De acordo com avaliação de Rodrigo
Cardoso, com a reforma, a maioria da população não vai conseguir se aposentar.
“O governo fica alardeando que fará economia de 1 trilhão em 10 anos, 4
trilhões em 20 anos, mas não explica – ou omite – que esta economia vai ser em
cima, principalmente, dos trabalhadores mais pobres”, destaca, apresentando
números: 671 bilhões de 1 trilhão que o governo assegura estar economizando com
a reforma vão ser em cima dos segurados submetidos ao regime geral da
previdência, em especial aos que ganham menores benefícios. “Aí tem também o
abano salarial do PIS. 11 bilhões de economia serão sobre pessoas que ganham
até 2 salários mínimos e que deixarão de receber o abono salarial”, informa,
acrescentando que “o impacto será negativo para o conjunto da classe trabalhadora
brasileira”
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