Os sindicatos representativos dos
servidores públicos municipais de Ilhéus mantêm, há cerca de cinco meses, a
campanha de arrecadação de alimentos aos trabalhadores afastados de suas
funções através de decreto do prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, no início de
janeiro último. Este mês, as cestas básicas doadas a uma parcela dos servidores
retirados da folha da Prefeitura foram entregues na sede do Sinsepi (Sindicato
dos Servidores e Funcionários Públicos de Ilhéus), localizada na Rua Carneiro
da Rocha, no Centro da Cidade.
Apesar de todas as decisões judiciais
tomadas pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), que determinaram pela
suspensão do Decreto 128, de 7 de janeiro último, pela anulação da sentença
proferida pelo juiz da Vara da Fazenda local e pela reintegração dos servidores
admitidos legalmente no período 1983-88, o prefeito de Ilhéus tem optado pelo descumprimento
das sentenças judiciais. Ao mesmo tempo, a atitude do prefeito relega centenas
de famílias de servidores a condições de extrema necessidade material e
insegurança alimentar.
O presidente do Sinsepi, Joaques
Silva, participou da entrega das cestas básicas e disse que a situação dos
trabalhadores afastados é de extrema injustiça. “Eles foram desligados da folha
sem direito a salário, sem direito a defesa e também retiraram o vale
alimentação. Imagine isso para quem possui cerca de 34 anos de trabalho, a um
passo da aposentadoria? Isso é desumano”, salienta.
A campanha de arrecadação de alimentos
da cesta básica é coordenada pelo Sinsepi, APPI\APLB, Sindguarda e
Sindiacs\ACE, diante da situação de dificuldades imposta aos servidores
afastados com mais de três décadas no serviço público. A campanha de
solidariedade também ganhou o apoio da subseção local da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB).
De acordo com a professor Osman
Nogueira, presidente reeleito da APPI\APLB, a campanha tem recebido o apoio da
população e de empresários locais. “Além de lutar na Justiça pela reintegração
dos servidores aos postos de trabalho, as entidades sindicais recolhem cestas
de alimentos para assistir a dezenas de servidores que estão em situação de
vulnerabilidade”, enfatiza.
O presidente da APPI/APLB acrescenta
que os problemas enfrentados pelos servidores demitidos não se restringem
apenas à necessidade de alimentos, mas também a situações críticas de saúde,
como depressão, crise de ansiedade, hipertensão, entre outras. “O culpado de tudo isso é o prefeito Marão,
por ter jogado os servidores nesse estado de miséria. Mas a luta continua em
defesa da dignidade do trabalhador”, afirma Nogueira.
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