Servidores demitidos pelo prefeito de Ilhéus fazem mais um protesto na zona sul

 
 Os servidores municipais de Ilhéus (com média de 34 anos de serviço público), que foram demitidos pelo prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, o Marão, foram às ruas novamente, na manhã de quarta-feira, 16 de janeiro, e fizeram mais uma manifestação de protesto na zona sul da cidade, contra o ato do Chefe do Executivo. Indignados com a medida, considerada um ato de traição do prefeito, eles percorreram as principais ruas do Bairro Nossa Senhora da Vitória.
 
 

Os servidores se consideram vítimas de um ato político, embora o prefeito afirme que foi obrigado a cumprir sentença judicial de primeira instância, proferida pelo juiz da Vara da Fazenda Pública local. “Mentira, ele havia se comprometido conosco a nos comunicar caso fosse editar o Decreto. Ao mesmo tempo, afirmou aos sindicatos e aos servidores ameaçados que esgotaria todos os recursos judiciais cabíveis para evitar as demissões. E ainda recorreu da decisão do juiz perante o Tribunal de Justiça, mas ao retornar elaborou o decreto para demissão e agiu na calada da noite”, reage o presidente da APPI\APLB, professor Osman Nogueira.

O ato de protesto no Bairro Nossa Senhora da Vitória contou com a participação do vereador Paulo Meio Quilo. Além de hipotecar total apoio aos servidores demitidos por Marão, o vereador reclamou contra o caos no serviço de limpeza pública no município. Revoltado com a situação, Paulo Meio Quilo estava inconsolável.
 
INJUSTIÇA – O operador de máquinas Antonio Vieira Santos, de 60 anos, há 35 trabalha com máquinas pesadas, abrindo ruas na sede e estradas no interior do município, foi demitido por decreto do prefeito, com uma mão na frente e outra atrás. Antonio está sempre presente às manifestações de protesto organizadas pelos sindicatos da categoria, participando do movimento como se saísse para trabalhar, na tentativa de driblar o sentimento de desolação.

Casado com dona Maria Antonia Santos, pai de quatro filhos, o operador de máquinas reside com a família na Rua da Valeta, no bairro Nelson Costa. Homem simples, mãos calejadas pelo trabalho pesado, se sente totalmente injustiçado pela atitude de Marão. “Ajudei muito ao município ao longo de todos esses anos, e fui muito besta porque até a minha promoção eu perdi. Me dediquei muito ao trabalho, na abertura de ruas, melhoramento de estradas e redes de esgoto. Hoje estou aqui, pedindo justiça”, afirma.

Para Antonio Vieira dos Santos, a medida do prefeito, em quem votou na última eleição municipal, foi péssima. “A gente pensou uma coisa e foi outra. Pensei que ele, como médico, era mais inteligente. Me decepcionei. Sem salário, a minha esperança é, com fé em Deus, voltar a trabalhar até me aposentar”, enfatiza.
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     

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