Ilhéus quer debater com Estado fechamento de matrículas nas escolas da rede



A decisão da Secretaria de Educação da Bahia de acabar com a possibilidade de renovação de aproximadamente quatro mil matrículas nas turmas de sexto, sétimo e oitavo anos em escolas estaduais que funcionam em Ilhéus, provocou nesta quarta-feira (28), uma Sessão Especial na Câmara de Vereadores do município, presidida pelo vereador Makrisi Angeli (PT). Ficou deliberada a necessidade de enviar para o governo do estado um manifesto exigindo que a secretaria não oficialize esta decisão sem que antes debata caso-a-caso com a comunidade escolar e crie representações para visitar as principais unidades atingidas pela medida. De acordo com a representação da APLB estadual, está pré-agendada uma visita ao eixo Ilhéus-Itabuna de representantes do Governo da Bahia, para o dia 5 de dezembro.


Representando a APPI/APLB, a professora Enilda Mendonça criticou a decisão que optou por mudanças radicais sem antes consultar as bases e se inteirar da realidade que poderia ser enfrentada pelos jovens destas comunidades. “Hoje não podemos esconder os níveis de violência que tomam conta da nossa sociedade. Vamos permitir que jovens de determinada localidade sejam expostos em comunidades adversas onde há rivalidade e violência? O governo está tomando decisões perigosas sem levar em consideração questões locais”, critica.

Ela cita a situação da Escola do Basílio, um bairro que preocupa nas estatísticas da segurança pública. “É a única escola do bairro e tem acima de 400 estudantes. Não justifica acabar com a renovação de matrícula”, revela. Esta escola também atende a Educação Prisional, beneficiando ocupantes do Presídio Ariston Cardoso, instalado na cidade. Presidente do Conselho Municipal de Educação, o professor Osman Nogueira critica a decisão de fechar matrícula sem que haja um debate aprofundado sobre o tema. Suas projeções apontam que, com esta decisão, o município terá que arcar, já em 2019, com 2.500 novos estudantes oriundos do sexto ano da rede pública estadual. “A cidade que não consegue dar conta da sua própria rede, vai, também, assumir de forma abrupta esta responsabilidade?”, questiona.


Para as lideranças sindicais é preciso que sejam ampliadas as discussões antes de efetivadas as decisões. A professora Viviane Castro, representante da rede de Educação de Ilhéus, disse que o município ainda não tem oficialmente a dimensão do impacto com a decisão unilateral que o estado tomou. “É uma situação que preocupa”, confessa. Vereadores de Ilhéus reconheceram a gravidade do problema e asseguram que vão tentar ajudar as lideranças sindicais no sentido de diminuir o impacto emergencial da medida ou até mesmo remover esta ideia da estratégia de enxugar unidades escolares da Secretaria Estadual de Educação.




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