Dirigentes da APPI/APLB destacam a importância do I Seminário sobre Oportunidades e Desafios da Comunicação
Debater o papel da comunicação sindical no atual contexto, capacitar
os dirigentes para uma melhor atuação na comunicação da entidade e avaliar a
comunicação institucional, fazendo diagnósticos e identificando nossas fraquezas
e potencialidades, permitindo um planejamento mais promissor e factível. Esses
foram os objetivos principais do I Seminário sobre “Oportunidades e Desafios da
Comunicação – Como Agregar para Impulsionar?”, promovido pela APLB, realizado
em Salvador nos dias 13 e 14 desse mês.
O presidente da APPI/APLB-Sindicato, Osman Nogueira Junior, o e
secretário geral, Luiz Cláudio, participaram do evento e destacaram a
importância dos dirigentes sindicais estarem atentos para a importância da
comunicação no contexto atual. Durante o evento foram realizadas mesas
redondas, oficinas e plenárias sobre os mais diversos temas, incluindo “A
política de comunicação da APLB-Sindicato “A Comunicação Sindical e a
Democratização da Mídia”, “O Perigo das Redes Sociais quando utilizadas
sem planejamento e sem consciência política” e
“Produção jornalística, Potencializando o uso das redes sociais para a
comunicação sindical”.
O Seminário foi encerrado com a leitura de um documento sobre
novos desafios para a comunicação do sindicato. Confira na íntegra o documento:
DOCUMENTO
BASE PARA PLENÁRIA FINAL DO 1º SEMINÁRIO DE COMUNICAÇÃO DA APLB-SINDICATO
13 e 14
de maio de 2016
01- O presente documento tem como objetivo fazer
um diagnóstico do funcionamento do departamento de imprensa da APLB-Sindicato,
analisar seus avanços e pontos fortes e, por outro lado, identificar
debilidades e desafios, além de traçar objetivos a serem atingidos até outubro
de 2018, ano de conclusão do atual mandato.
02- Atualmente, o departamento de imprensa da
diretoria executiva estadual conta com uma equipe formada por três jornalistas,
um designer, um fotógrafo e uma estagiária em design, além de dois diretores e
uma diretora. Esporadicamente, também contrata mão-de-obra externa para
filmagens, edições, fotografias e produção de textos e peças publicitárias,
geralmente quando da saída de férias por parte de funcionários que integram o
departamento.
Avanços
expressivos nos últimos 15 anos
03- Há 14 anos, a imprensa da APLB-Sindicato, em
que pese todo o esforço de diretores e funcionários, ainda engatinhava. Apenas
um jornalista e um designer, que trabalhavam de forma precária por conta das
poucas ferramentas disponibilizadas pela entidade classista, cuidavam de toda a
comunicação da entidade, junto com alguns diretores interessados na pasta. A
enxuta equipe, de forma heroica e com toda dificuldade, conseguia produzir
jornais, informativos, panfletos, cartazes e faixas, além de planejar pichações
e inserções com algum grau de visibilidade na “imprensa oficial”: jornais de
grande circulação, estações de rádio e canais de TV.
04- Foi a partir de 2002 que, depois de uma
reunião envolvendo a diretoria recém-empossada, a entidade resolveu passar para
outro patamar de organização na área. A APLB-Sindicato passou a investir mais
no departamento de imprensa, na sua estruturação e na aquisição de maquinário
que garantisse ampliar os nossos horizontes, permitindo que as informações
produzidas por nós ganhassem novo oxigênio, catapultando nosso poder de
propagação de notícias e de bandeiras defendidas pelos trabalhadores e
trabalhadoras em educação.
05- Essa virada, junto com as novas ferramentas
tecnológicas, permitiu consolidar nossa política comunicacional e avançar em
áreas ainda não ocupadas por nós. Estreitamos a relação com nossa base e
garantimos uma comunicação mais ágil e que fosse além dos impressos e das
velhas formas de se fazer comunicação sindical.
Aspectos
positivos da comunicação da APLB-Sindicato
06- São muitos os acertos e as vitórias
alcançadas pelo departamento de imprensa da APLB-Sindicato nos últimos anos.
Hoje, temos uma equipe plural, integrada por profissionais de diferentes
formações, que garante o pleno funcionamento da imprensa durante dois turnos,
cinco dias por semana, 12 meses por ano. Evoluímos também no maquinário e na
estruturação do espaço de trabalho.
07- Nosso departamento produz, além dos jornais
das redes estadual e municipal de Salvador, quase tudo que se possa imaginar na
área da comunicação: panfletos, livros, vídeos, placas, fotografias, faixas,
outdoors, spots e programas de rádio, peças publicitárias das mais diversas.
Também gerencia canais na internet e redes sociais, dispara mensagens para os
celulares dos sócios, produz e envia jornais eletrônicos, sugere e provoca
pauta, cria peças para viralizar na rede. Ajuda, ainda, diversos núcleos,
produzindo e rodando impressos e outros produtos.
08- A APLB-Sindicato tem uma rotina de trabalho
que possibilita nossa inserção na grande mídia por repetidas vezes. Nossa pauta
política, nesse sentido, ajuda muito. Tornamo-nos fonte segura quando o tema
diz respeito à educação. Somos procurados com muita constância pelos múltiplos
canais de comunicação. Temos um programa de Rádio Metrópole que vai ao ar
diariamente, sempre às 8 horas. A “Voz do Educador” leva aos quatro cantos da
Bahia a opinião da APLB-Sindicato acerca de diversos temas. Os núcleos
espalhados pelo interior têm vez e voz nesse programa.
09- Produzimos, com regularidade, materiais
específicos para aposentados, funcionários de escola, mulheres e negros. Aliás,
no mês da mulher e no mês da consciência negra, garantimos produção e tiragem
expressiva de revistas desenvolvidas pela entidade.
10- Triplicamos, nos últimos dois anos, o número
de seguidores nas nossas redes sociais.
11- Nossa equipe participa de seminários, cursos
e debates na área da comunicação realizados em todo Brasil. Integramos o
Conselho Estadual de Comunicação e contribuímos de forma ímpar com o
desenvolvimento de materiais publicitários produzidos pela CTB e pela CNTE.
Dificuldades
da comunicação da APLB-Sindicato
12- Um problema crasso e recorrente é o da
distribuição dos nossos impressos pelo interior da Bahia. O material, por
repetidas vezes, não chega ou chega com muito atraso. Como parte dos
trabalhadores em educação ainda não faz uso das novas tecnologias ou tem acesso
restrito à internet, o prejuízo acaba sendo muito grande. Nossos impressos,
embora outras poderosas ferramentas de comunicação tenham surgido, exatamente
por conta dessas dificuldades de muitos colegas, ainda joga papel fundamental.
E, mesmo para os que navegam e utilizam as novas tecnologias costumeiramente,
os impressos, sobretudo os jornais, também têm muita importância, já que
costumam aprofundar assuntos explorados de forma mais superficial nas mídias
eletrônicas disponíveis na rede.
13- É baixa a produção de textos, artigos,
vídeos e gravações de áudio feitas pelos nossos núcleos e delegacias sindicais.
Quando existem, raramente chegam à nossa redação, numa total falta de
democratização de conteúdo e, por conseguinte, de pulverização de notícias, tão
importantes para nosso crescimento.
14- Há escassez de intervenções nossas em
emissoras de rádio e sites. Costumamos aparecer mais na TV, mesmo que
esporadicamente. O quadro se agrava no interior, no geral, onde as prefeituras
e parlamentares dominam a mídia e impedem aparições dos movimentos sociais.
15- O número de jornalistas e estudantes de
comunicação que assessoram nossos sindicatos de base municipal é reduzido,
quase nulo. Vigora o espontaneísmo, o improviso e o amadorismo. Textos pobres,
mal redigidos e postagens sem concisão, atrapalham mais do que ajudam. Por
vezes, desmoralizam nossa entidade, um sindicato de educadores.
16- Temos déficit de arquivos capazes de contar
nossa história. Muitos núcleos não armazenam, ou armazenam de forma
desorganizada, atas, registros, jornais, editais, fotografias, vídeos e
documentos importantes.
17- A comunicação entre executiva, regionais,
núcleos e delegacias é muito primária. Mesmo com ferramentas como o WathsApp,
há inconstância de diálogos para tratar da organização do nosso sindicato.
Dessa forma, represamos assuntos que só deságuam nos eventos promovidos pela
APLB, sobretudo nos Conselhos. Assim, não tratamos de assuntos específicos e o
evento acaba se tornando colcha de retalhos.
18- Respondemos pouco às indagações e
provocações feitas pela nossa base nos espaços virtuais ou na grande imprensa.
Muitas vezes, por conta da nossa ausência, opiniões distantes das defendidas
por nós ganham espaço e nos enfraquecem. Postamos pouco e respondemos menos
ainda.
19- Personalizamos demais nossos impressos.
Coordenadores e diretores, constantemente, aparecem por repetidas vezes em um mesmo
material. Devemos, sim, enaltecer nossas lideranças, mas sem exageros,
costumeiramente tidos como antipáticos pela nossa categoria.
20- Estudamos pouco e não aprofundamos nosso
conhecimento acerca da comunicação institucional. A comunicação sindical não é
igual à comunicação de uma empresa ou de um governo. Há linguagem própria,
recursos específicos e público alvo.
21- Capitalizamos pouco as conquistas do nosso
sindicato. Nossa base imagina que as conquistas se deram por conta de
mobilizações espontâneas ou por políticas acertadas do governo. Dificilmente
atribuem os ganhos às lutas ou às ações desenvolvidas pelo sindicato. Se não
defendemos e capitalizamos nossas vitórias, essa tendência só vai crescer, não
nos engrandecendo.
22- Provocamos ou procuramos pouco a imprensa
local. Não costumamos “cavar” entrevistas ou fazer sugestões de pauta. É mais
comum a imprensa nos procurar do que acontecer o inverso. É um erro grave.
Estratégias
para reduzir nossas debilidades e potencializar a comunicação da APLB-Sindicato
23- Uma estrutura que permita uma ágil
distribuição dos nossos impressos em toda a Bahia precisa ser montada. A
descentralização pode ajudar a resolver o problema. O material, depois de
produzido em Salvador, pode ser levado para cada uma das 18 regionais. Cada
regional montará uma engrenagem para garantir que, em no máximo dois dias, os
impressos cheguem aos núcleos que as integram. As atuais despesas feitas com
Correios e transportadoras deixariam de existir, garantindo algum recurso para
que as regionais façam esse trabalho. É bom fazer um estudo, consultando
jornais de grande circulação, para saber como funciona a distribuição dos
impressos confeccionados por grandes empresas pelo interior da Bahia. A Tarde e
Correio têm experiência e competência nesse quesito.
24- Os núcleos precisam adotar como prática o
arquivamento organizado dos seus documentos, confecção sistemática de
impressos, produção de textos, fotos e vídeos. O celular na mão e uma ideia na
cabeça já podem resolver parte do problema. Além de produzir, o material feito
precisa ser compartilhado, enviado para a base, mas também para a direção
estadual da entidade classista.
25- Cada núcleo pode fazer o levantamento de
emissoras de rádio e sites existentes na sua cidade, registrando endereços
eletrônicos, telefones e nomes dos responsáveis. Temos, a partir disso, como
criar uma grande rede para envio de sugestões de pauta e pedidos de entrevista,
espalhando nossa ação pelos quatro cantos do estado.
26- Sempre que houver condições, os núcleos
devem tentar viabilizar a contratação de jornalista ou estudante de comunicação
para potencializar a atuação sindical nessa frente. Não sendo possível, os
diretores precisam se capacitar para garantir melhor desempenho.
27- O Departamento de Organização, em pareceria
com o Departamento de Comunicação da APLB-Sindicato, precisa montar uma rede
que permita o envio de mensagens via email ou lista de transmissão para todos
os núcleos da Bahia.
28- Diariamente, diretores e assessores têm que
fazer postagens e responder questionamentos da base nas redes sociais. A rotina
de trabalho precisa conter essa prática.
29- Os cursos e seminários de comunicação
oferecidos pela CTB, CNTE e entidades parceiras precisam contar com a presença
de diretores e colaboradores da APLB-Sindicato, principalmente dos que integram
núcleos com autonomia financeira. Aliás, a solidariedade para esse fim precisa
aparecer com mais frequência. Somos um só sindicato.
30- Pelo menos uma vez por ano, os núcleos
precisam fazer um jornal apresentando o trabalho e as conquistas do sindicato e
garantir que esse material chegue às escolas do município.
31- O Seminário de Comunicação da APLB-Sindicato precisa ser
transformado numa Bienal de Comunicação. Assim, de dois em dois anos, novos
diagnósticos e novas estratégias serão definidos.
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