Preocupada com o
grande número de pessoas vítimas de adoecimento nos locais de trabalho, a
APPI/APLB-Sindicato, Delegacia Sindical Costa do Cacau, através do Projeto
Vidaviva realizou em Ilhéus nesta terça-feira (10) um curso de formação com os
trabalhadores em educação das Escolas Nucleadas de Aritaguá II, da Rede
Municipal de Educação. O encontro, realizado durante todo o dia no auditório do
Hotel Barravento, reuniu professores, merendeiros, auxiliares, vigilantes,
porteiros e o corpo técnico pedagógico das escolas nucleadas de Aritaguá II,
que tiveram a oportunidade de fazer uma reflexão sobre uma melhor qualidade de
vida, a saúde e a busca de condições nos trabalho para que não adoeçam.
Com dinâmicas,
vídeos, oficinas em grupos, depoimentos e exemplos de casos de adoecimento no
local de serviço, os trabalhadores em educação fizeram uma reflexão sobre as
atuais condições de trabalho que estão sujeitos, discutiram as prioridades em
suas vidas, o que estão fazendo do seu tempo e de que forma estão contribuindo
para ter uma qualidade de vida melhor, com mais saúde e lazer. Durante a
formação professores e servidores deram testemunhos emocionados sobre suas
vidas e dos problemas de saúde que estão tendo por conta das péssimas condições
de trabalho.
A presidente da
APPI, Enilda Mendonça, que ministrou a formação com os trabalhadores em
educação, informou que as Escolas Nucleadas de Aritaguá II foram escolhidas justamente
pelo fato de estarem fechadas por conta das péssimas instalações físicas e sem
condições de serviços, o que certamente prejudica os alunos e tem provocado o
adoecimento dos trabalhadores. A proposta é estender esse curso de formação
sobre o adoecimento nos locais de trabalho para as demais escolas da rede
municipal de Ilhéus.
De acordo com
Enilda Menonça, as escolas da rede municipal estão em condições muito ruins e a
estrutura física tem prejudicado o resultado do trabalho na área de educação. A
proposta dessa formação, segundo explicou Enilda Mendonça, foi justamente
mostrar que o tripé, vida/saúde/trabalho não podem ser vistos isoladamente e
levar as pessoas a fazer uma reflexão sobre como está a vida de cada um deles,
discutir sobre as prioridades, como estão exercendo suas profissões e como o
trabalho, principalmente por conta das péssimas condições, tem prejudicado sua
vida e a sua saúde. E a idéia é promover ações concretas nos locais de trabalho
que modifiquem as condições de serviço e a vida dos trabalhadores em educação.
A Rede Vidaviva, que
promove esse tipo de formação com os trabalhadores, está propondo uma nova
abordagem da relação entre vida, saúde e trabalho. O projeto pretende provocar
a reflexão dos trabalhadores sobre as conseqüências do trabalho para sua saúde
e sua vida e sobre a ação sindical e a organização dos trabalhadores no local
de trabalho, imprescindíveis à mudança do quadro atual de adoecimento a que
está exposto quem trabalha. Por esse motivo, a Rede Vidaviva está produzindo
uma série de recursos formativos e comunicativos que visam estimular cada vez
mais a aproximação entre os trabalhadores.
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