A Câmara Municipal de Ilhéus aprovou, por 12
votos a 06, o projeto de
Lei Complementar 001/2013, de
autoria do prefeito Jabes Ribeiro, que acaba com o regime CLT dos
servidores públicos municipais e institui o regime estatutário, uma proposta
que traz sérios prejuízos para mais de quatro mil trabalhadores que, a partir
de agora, ficarão, pelo menos nos próximos 180 dias, sem nenhuma legislação que
possa assegurar seus direitos. Na avaliação da presidente da
APPI/APLB-Sindicato, Delegacia Sindical Costa do Cacau, Enilda Mendonça,a
atitude da Câmara de Vereadores de Ilhéus foi lamentável e vergonhosa pois
aprovou um projeto que trata da vida de milhares de pais e mães de família sem
ao menos discutir com a categoria sobre os prejuízos que a proposta trará para
os servidores.
Através
de um requerimento de autoria do vereador Lukas Paiva, aprovado por
unanimidade, Enilda Mendonça foi convidada para apresentar a proposta da
categoria sobre o projeto que tratava da mudança de regime. Mas o que seria a
principio uma atitude democrática e um momento de esclarecimento,
transformou-se numa demonstração de autoritarismo e submissão por parte dos
vereadores da bancada de situação, que se recusaram a ouvir a líder sindical e até
mesmo discutir o projeto, aprovando as mudanças propostas pelo prefeito Jabes
Ribeiro sem ouvir os trabalhadores, principais atingidos com a medida. Somente
por volta das 21 horas, depois da aprovação do projeto, a Câmara de Vereadores
abriu espaço para que a presidente da APPI explicasse para os parlamentares
sobre os danos, os prejuízos e o desserviço prestado pelo legislativo ilheense.
De
acordo com Enilda Mendonça. o projeto de lei 001/2013, que institui o regime
estatutário para os servidores municipais, sem que eles tenham nem mesmo um
estatuto, é uma aberração. “Como poderemos submeter os servidores a um regime
que sequer encontra-se disciplinado, regulamentado?”, questionou a líder
sindical. A presidente da APPI explicou que, se era da vontade do executivo
discutir com a representação dos servidores a alteração do regime e instituir uma
comissão especialmente para este fim, então que fizesse antes da aprovação do
projeto, para que os estudos avançassem e se a comissão entendesse pela viabilidade
da mudança do regime, seria então elaborado um projeto de lei e enviado à Câmara
para ser discutido e votado.
A
presidente da APPI informou que ao aprovar o projeto os vereadores acabaram
colocando o carro na frente dos bois, pois mudaram o regime sem ter a lei para
reger o novo regime. “É interessante ressaltar que a mudança do regime jurídico
da CLT para o estatutário impõe uma série de mudanças na organização da máquina
a administrativa dentre elas a criação de uma legislação completa para regular os
direitos e deveres dos servidores, como também a sua aposentadoria, já que mais
de 1/3 do quadro se encontra apto ao beneficio”, explicou Para tanto, será
necessário a criação de um fundo municipal
de aposentadoria com contribuições dos servidores e também do município.
Enilda
Mendonça alertou ainda que as finanças municipais, segundo o executivo, estão abaladas
e não comportam a contribuição para se criar o fundo de aposentadoria que
deverá nascer com o aporte de alguns milhões para fazer frente a demanda reprimida, já que mais de 40% do
quadro de servidores já conta com mais
de 60% do tempo exigido para alcançar a aposentadoria. “Tem o município recursos
disponíveis para fazer o aporte de capital para o fundo de imediato, já que a
cada ano, no mínimo 1% do quadro pode requerer a aposentadoria?”, questionou. A
presidente da APPI finalizou alertando os vereadores que a mudança de um regime
de trabalho para cerca de quatro mil servidores é algo muito sério e com um impacto
profundo nas finanças do município, que não poderia ter sido decidido de uma
hora para a outra, sem qualquer discussão, e muito menos determinada por uma a
lei que possui apenas quatro artigos.
Confira a relação dos vereadores que não
permitiram a fala da APPI antes da votação
 |
Alzomário Belmonte (Gurita) |
 |
Josevaldo Machado |
 |
Aldemir Almeida |
 |
Gilmar Sodré |
 |
Ivo Evangelista - Votou favorável ao requerimento garantindo a fala da líder sindical no pequeno experdiente, mas votou pela inversão de pauta que garantiu o pronunciamento depois da aprovação do projeto e favorável ao projeto do prefeito que propõe a mudança de regime. |
 |
Fábio Magal |
 |
Luis Carlos |
 |
Raimundo do Basílio |
 |
James Costa |
 |
Nerivaldo |
 |
Rafael Benevides |
 |
Tarcísio Paixão |
 |
Roque do Sesp |
Comentários