Apesar do adiamento das provas do Enem, a Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que integra a rede social em defesa do adiamento
do Enem 2020, com vistas a promover maior igualdade e justiça social ao acesso
às universidades públicas, manifestou contrariedade à proposta do INEP/MEC em
adiar a realização do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem/2020 por prazo de
30 a 60 dias e sob consulta às pessoas que formalizaram inscrições no prazo
previsto no edital vigente do INEP.
“A nossa contrariedade se dá pelo fato de que o novo prazo do
MEC possivelmente não atenderá aos calendários das escolas públicas, bem como a
consulta prometida aos atuais inscritos no Enem excluirá aqueles que não se
inscreveram no prazo pré-determinado e que são alvo do projeto de adiamento no
Congresso Nacional”, informa em nota pública.
O PL 1.277/2020, aprovado no Senado e enviado à Câmara dos
Deputados, prevê a realização do Enem e dos vestibulares de acesso às
universidades públicas somente após a conclusão do ano letivo nas escolas
públicas. E um acordo envolvendo o líder do Governo e os senadores – o qual sugere
a formalização durante a tramitação do projeto de lei na Câmara dos Deputados –
previu que o MEC/INEP constituiria uma comissão mista (governo e sociedade)
para definir o novo calendário do Enem, inclusive com prazos para novas
inscrições no período de pós-pandemia.
As diretrizes que constam no PL 1.277/2020 e que devem ser
aperfeiçoadas na Câmara dos Deputados asseguram o mínimo de isonomia para a
realização do Enem 2020. E sem elas o processo de seleção para o ingresso nas
universidades públicas continuará prejudicando a grande maioria dos estudantes
das escolas públicas.
“Por um Enem verdadeiramente democrático e com justiça
social”, defende a entidade.
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