Movimento solidário entrega mais cestas básicas aos servidores afastados pelo prefeito de Ilhéus


Os servidores municipais afastados de suas funções pelo prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, em janeiro deste ano, todos com mais de 32 anos no serviço público, completam nove meses sem salários, vale alimentação ou qualquer direito inerente a contratos regidos pela CLT. Na sexta-feira, dia 4, os trabalhadores, que enfrentam situação de extrema necessidade, receberam, mais uma vez, cestas básicas arrecadadas por meio de um movimento solidário coordenado pela Associação dos Professores Profissionais de Ilhéus (APPI\APLB).

Durante reunião realizada no auditório da entidade, no bairro do Malhado, a líder sindical Enilda Mendonça, que coordena o movimento de arrecadação das cestas básicas, se emocionou ao agradecer a ajuda prestada pelos colegas servidores da ativa e de outros recém-aposentados que contribuem para a doação de alimentos aos servidores afastados.

“Pessoal, colegas nossos garis, guardas municipais, trabalham no serviço de limpeza e vêm aqui de forma voluntária para se solidarizarem com vocês, que vivem essa situação de injustiça e perseguição. Peço aplausos para esses colegas que sentem a dor dos servidores afastados”, falou a professora.
O encontro contou com a participação dos presidentes da APPI\APLB, Osman Nogueira, e do Sindguardas, Pedro Oliveira, e do advogado Davi Pedreira, um dos que prestam assistência jurídica aos servidores afastados. Segundo Pedreira, a ação judicial que trata da matéria aguarda sentença a ser prolatada pela desembargadora Silvia Zarif, do Tribunal de Justiça da Bahia.

O ex-presidente do Sinsepi, Luís Machado, afastado de suas funções após 32 anos no serviço público, disse que o prefeito Marão realiza “a maior perversidade politica na história do município com a permanente perseguição aos servidores afastados”. Ele criticou as propostas não oficiais do governo municipal, feitas por meio das redes sociais, para a reintegração dos servidores.

“A proposta nos discrimina como servidores e como seres humanos. Querem a redução de salários e a renúncia de direitos. Eles nos tratam com desrespeito. Esse prefeito que aí está é muito perverso”, desabafou Machado. “Precisamos nos manter unidos, na luta por nossa dignidade”, disse. O presidente da APPI\APLB, Osman Nogueira, também criticou a proposta e enfatizou que acredita na Justiça e no retorno dos servidores afastados.

Nogueira salientou que os problemas enfrentados pelos servidores afastados não se restringem apenas a alimentos, mas também a situações críticas de saúde, como depressão, crise de ansiedade, hipertensão, entre outras.  “O culpado de tudo isso é o prefeito Marão, por ter jogado os servidores nesse estado de miséria. Mas a luta continua em defesa da dignidade do trabalhador”, afirmou.



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